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5 Abril, 2020 hélio cabral | marketeer

La Casa de Papel 4 – Inspira a Transformação do Marketing

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A temporada 4 da série de La Casa de Papel está mais “agitada e incerta” que nunca.
E nos negócios, por mais estratégias e planos de ação que desenvolva, vão existir sempre fatores externos que não controla. Como a atual pandemia, por exemplo, que tanto exige ao Marketing e aos seus profissionais e decisores.

O que pode e deve controlar, sim, é a capacidade ágil e flexível que um departamento de marketing deve ter para Agir… afinal é este o grande desafio do marketing nas empresas. Aliar a estratégia à ação e capacidade de adaptação.

E se em fevereiro de 2019 já tinha escrito que esta série é uma grande inspiração, venho reforçar ainda mais essa premissa.

Não pelas conquistas e sucessos que todos conhecem, mas o que aconteceu para lá chegar e como pode inspirar para agir nesta altura crítica que as marcas vivem.

Da Estratégia, Implementação e Adaptação, esta é uma série verdadeiramente inspiradora e transformadora, não apenas para profissionais de Marketing, mas para decisores e empresários.

Por mais que tudo esteja planeado ao detalhe, vão sempre acontecer coisas inesperadas, sendo o Erro uma grande probabilidade de acontecer.

Mas qual é a semelhança entre a série e o Marketing. Destaco três pilares fundamentais:
O primeiro, a base para planear uma Estratégia de Marketing, é conhecer o seu Público e “Buyer Personas”, tal e qual como acontece na série.
O segundo, trabalharam muito bem o “Branding” e como transmitir a sua essência. A marca foi muito bem trabalhada.
Em terceiro, a Estratégia e definição dos objetivos estratégicos e operacionais e respetivos  planos de contingência.

Mas primeiro, porque tem La Casa de Papel tanto sucesso?
O segredo para o sucesso da La Casa de Papel são as personagens. O Foco são as Pessoas. Existe uma ligação entre a série e os espectadores que vai muito além do entretenimento.
Os espetadores não criam empatia com um roubo incrível (o que não é algo positivo ou bom), mas com as personagens, a paixão por elas, a forma como se podem identificar com elas de alguma maneira.
Desde ao início, existe um trabalho de reforço nesta relação cada vez mais forte.

La Casa de Papel mostra que as histórias são infinitas e que é preciso transmitir Paixão genuína, reforçar valores e o propósito. Além disso, La Casa de Papel tem um hino, um brasão e uma cor. E qualquer pessoa pode “usá-los”.

 

Cada plano é tudo para nós, quando estamos a filmar… para que os espectadores gostem!
Álex Pina | Criador, Produtor Executivo e Guionista da Série

 

 

Então que lição retirar e que pode ajudar empresas, mesmo nesta altura de crise?
Assim como na série, o Foco das marcas sempre deve ser as Pessoas e a sociedade de uma forma geral, independentemente da “causa”.
Com o momento atual, mais do que lucro ou monetizar seja o que for, exige a responsabilidade acrescida de injetar esperança, promover positivismo, boa disposição e até momentos de descontração. Porque as Marcas são verdadeiras influenciadoras de comportamentos.

Mais do que nunca precisam transmitir e reforçar todos os seus valores e o propósito (que não é a missão), de mãos dadas com o seu público. É preciso demonstrarem toda a paixão que nutrem, não apenas pelo que fazem, mas pelas Pessoas, desde os seus colaboradores aos clientes. Porque o verdadeiro Propósito de uma marca, começa de dentro para fora.

 

O atual momento é uma oportunidade única para reforçar Relações e Melhorar.
Porque depois disto tudo, a vida vai voltar ao normal e nessa altura os clientes serão mais preciosos que nunca.
Claro que vão acontecer algumas mudanças, afinal a quarentena também vai mudar comportamentos. E são estas mudanças e adaptações
que as marcas necessitam também preparar, Já!

 

Planear, Preparar e Agir não significa que tudo vai correr bem à primeira, mas não vale Parar e deixar Lutar!

Trabalhar o marketing, a estratégia, branding da marca, a sua comunicação, o tom, o “storytelling” e tudo o resto, isso já faz parte de uma estratégia de marketing das empresas (se não é bem assim, o melhor mesmo é aproveitar esta altura para o fazer). Na 3 e 4 temporadas da Casa de Papel assistimos a uma evolução natural da série, coisas mais espetaculares, inovação, o arriscar em determinados momentos com cenas cada vez mais arrojadas.

Foto original de https://www.adhugger.net/

Quem viu, deve recordar-se da cena dos dirigíveis e a chuva de dinheiro nos céus de Madrid. E já sabemos, quanto mais se arrisca, mais probabilidades de se cometer erros existe e nesta situação com o acréscimo de fatores que não se controlam. Faz lembrar, por exemplo, uma pandemia que não estava nos planos, certo?

Pois é, grandes locais de gravação também se podem transformar num autêntico inferno!

  • Foram vários os acontecimentos e alguns erros que quase impediram a cena de ser realizada:
  • No solo, recorrer a uma ventoinha gigante para fazer as notas voar ficou encravada, pois não pensaram que elas iriam “entupir” a ventoinha. Resultado, as notas só caiam de um lado.
  • Como não controlamos o tempo, o vento que, entretanto, chegou, não permitia à ventoinha girar bem.

Resultado: A cena das notas não estava a ficar nada parecida com o que seria real.

A cada take falhado, tinham de recolher as notas e repetir a cena. Finalmente ultrapassado o problema da ventoinha, as notas voavam, mas… eis que chega a companhia da chuva.
Resultado: dinheiro ensopado, chão molhado.
Depois de tudo e com centenas de figurantes para realizar a cena, o desespero começava a apoderar-se de toda a equipa e a complicar a realização da cena.

Então o que fazer? Colocar mãos à obra, claro.
Montar toldos para fazer de guarda-chuvas e começar a secar o chão. Aspiradores, ventoinhas, diretores de produção, fotografia e de arte, todos se tornaram “limpadores de pavimentos”.
Mas nem todos os problemas estavam ultrapassados… depois de tudo ser filmado com nuvens, de repente parece ser verão. As tensões aumentaram, soluções procuravam-se, mais uma vez em equipa! E desistir ou adiar não era sequer opção.

Pensaram que acabou? Nada disso. Os ecrãs gigantes no centro de Madrid deviam estar de cor verde para ser adicionada a imagem do Professor na edição. Mas com tantas interrupções, o tempo acordado terminou e começou a passar publicidade nos ecrãs.

 

Desespero total!!!! Lá conseguiram mais algum tempo e a cena finalmente foi gravada e é uma das imagens de marca da série atualmente.

 

Melhor que um bom exemplo, só mesmo dois!
Assim como no marketing, trabalhar no limite dá bons resultados, quando corre bem. Mas não é sempre assim, claro. De qualquer forma, quando se acredita muito em algo e principalmente baseado em dados, é importante não desistir.

Na Casa de Papel 3 e 4, a cena do cofre dentro de água foi uma autêntica loucura… uma verdadeira curva de aprendizagem cheia de erros para toda a equipa!
Começou no momento de submergir o cofre em água, onde os lingotes de ouro se soltam e começam a flutuar ?
Mais uma vez, a equipa toda, sem exceção, coloca mãos à obra e começa a perfurar e aparafusar os lingotes. Problema superado.
Mas depois de tanto trabalho adicional, mais um problema – as prateleiras estão a enferrujar.
Após vários testes com diferentes líquidos para tirar a ferrugem, recorrem ao ácido fosfórico, mas ao utilizá-lo, aparecem manchas brancas. Outra aprendizagem, para tirar essas manchas brancas.

Normal tensão no ar, mas o pior ainda estava para vir. Os lingotes de ouro começaram a encolher com a água.
Como foram feitos de espuma para pesarem menos e facilitar o transporte (de Espanha até Inglaterra, onde foram filmadas as cenas no cofre submerso), nunca tinham estado na água a dois metros e meio de profundidade e por isso desconheciam o seu comportamento.

Os lingotes demoram meses a serem feitos. E não havia tempo nem recursos para voltar a fazer.
Erro atrás de erro, lá foi gravado. Mas ainda não estava perfeito. Os lingotes tiveram de ser retocados digitalmente, em todos os planos, um atrás do outro. Foram mais de mil lingotes “pintados” um a um.

 

Foi um parto difícil, mas no final o resultado foi espetacular e o trabalho compensou.
Era um grande risco, podiam tê-lo deixado de fora, evitado ou alterado o guião, mas mantiveram, lutaram e superaram.
Alguma semelhança como trabalhar o Marketing? ?

 

 

Por fim, esta é a parte que mais adoro, no que à Estratégia diz respeito.
Como é feito o guião da série? Enquanto na maioria são escritos na integra e depois filmados, na Casa de Papel o guião é escrito ao mesmo tempo que se filma.
Não é fácil, mas por outro lado torna as coisas mais desafiantes. E ao mesmo tempo traz várias vantagens.
À medida que a serie vai sendo filmada, a Criatividade é colocada à prova, novas ideias vão surgindo e adaptadas, mudar de rumo, algo que não seria possível fazer se estive tudo gravado.

Javier Gómez – Guionista

É arriscado e ao mesmo tempo envolve muito stress, mas compensatório, porque é uma melhoria contínua. Algumas sequências são escritas tão perto das filmagens, que não há tempo para se reunirem e a equipa explicar os movimentos… mas para isso existe a tecnologia e o telemóvel (alguma semelhança com o momento atual?) ?
O responsável pela cena grava como deve ser processada e envia aos atores.

 

O atual momento exige “esquecer” estratégias de marketing a médio / longo prazo e sim criar pequenas estratégias para combater e ultrapassar o atual momento.
Dessa forma, é muito mais fácil gerir, analisar e atuar.
Ao mesmo tempo, é necessário preparar a pós-crise!

 

  

Para Aprender e Evoluir, é preciso Errar!
O erro sempre vai andar lado a lado com o Marketing, simplesmente porque no Marketing não existem fórmulas mágicas, nem receitas iguais. Cada setor é um setor, cada mercado é um mercado e depois ainda existem fatores externos que não se controlam.

Resumindo:
Assim como na Casa de Papel (e não é só de agora), o Marketing precisa de ser trabalhado muitas vezes no Limite, de forma Ágil e Flexível, para agir mediante as mudanças de mercado, entre outros fatores.
Não é focar no Problema, mas na Solução. Não é pensar na estratégia que já devia ter ou o que já devia ter feito, mas no que pode fazer JÁ para preparar o Futuro da sua Marca ou da marca que representa.

Não ter medo de errar, porque isso vai fazer sempre parte do Marketing.

 

Thomas Edison disse uma vez: “Eu não falhei. Eu apenas encontrei 10 mil maneiras que não funcionam”.


É preciso assumir riscos, mesmo que isso leve a um certo grau de fracasso. Nem sempre se consegue, mas com perseverança e aprendizagem, os resultados acabarão por aparecer.
Se o digital vinha a crescer, em especial o ecommerce, depois desta crise acredito que vá crescer de forma mais rápida em todos os setores.
Por isto tudo, talvez seja necessário compreender que é a altura certa para a tão desejada transformação digital “à séria” para continuar em “cena”.

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