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4 Outubro, 2018 hélio cabral | marketeer

Influenciadores artificiais… igualmente populares

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Marcas investem em influenciadores artificiais

O que define um influenciador digital? De uma forma bem resumida, é alguém popular dentro de uma ou mais plataformas digitais.

Essa popularidade vem pelas mais diversas razões, quase sempre devido ao conteúdo produzido, o nicho representado, o papel de liderança… Ou seja, pela influência gerada dentro de uma comunidade de pessoas, ou “tribo” como hoje se designa.

Mas se esse conceito for aplicado a uma “persona” criada digitalmente e que não existe “no mundo real”, seria ela também um influenciador? Tecnicamente sim e marcas como Dior, Prada e Supreme já estão a utilizar esses influenciadores artificiais nos seus projetos.

Um dos casos mais conhecidos é o da modelo Shudu Gram. Criada pelo fotógrafo britânico Cameron-James Wilson, que pretendia apenas um modesto projeto de arte, Shudu é sul-africana e é modelo para a Fenty Beauty, marca de cosméticos da cantora Rihanna.

Com 140 mil seguidores no Instagram, a modelo virtual já recebeu propostas de outras empresas, mas segundo Wilson, todos os novos contratos só serão assinados se mantiverem a originalidade da modelo.

Embora seja “a primeira supermodelo digital do mundo”, como apresenta a descrição no seu perfil, Shudu é superada em números por outra influenciadora artificial, Miquela Sousa: 19 anos de idade, de Los Angeles, com pai e mãe definidos, modelo de campanhas para marcas como Supreme, Prada e Diesel e ativista de causas sociais. A sua conta no Instagram conta com mais de 1,4 milhões de seguidores.

Miquela é a criação virtual de Trevor McFredies e Sara Decou, a quem ela chama de pais, mas que na verdade são os fundadores da startup Brud, um estúdio transmídia especializado na criação de narrativas comandadas por personagens digitais. A modelo é, por sinal, o projeto de maior sucesso da startup.

É claro que a questão sobre a influência de um “não humano” sobre pessoas reais é levantada, mas para as empresas que já trabalham com estes influenciadores artificiais, o esquema não é nada diferente do já usado com os reais. Há sempre uma equipa de pessoas que trabalham os perfis dos famosos que acompanhamos nas redes sociais, e com as “pessoas virtuais” é a mesma coisa.

Outro ponto interessante é que tudo é muito claro, ninguém está a ser enganado: marcas e público sabem que esses influenciadores não são pessoas reais. Apenas como um ponto na sua descrição no Instagram, Miquela mostra em seu perfil que não é humana – “19/LA/Robot”. É bem verdade que grande parte dos seguidores da modelo pode não ter lido a descrição, mas ela está lá.

 

Do ponto de vista financeiro, o contrato com um influenciador artificial não fica necessariamente, mais barato que o de um influenciador real. Nos Estados Unidos, os preços cotados para as campanhas com pessoas virtuais variam de US$ 5 mil a US$ 100 mil, dependendo da tecnologia necessária para o projeto, o nível de detalhes gráficos e outras especificidades acordadas.

Porém, a grande vantagem, é que a empresa que contrata tem menos trabalho e dores de cabeça. Não há questões de disponibilidade de horário, exigências pessoais e tantos outros pontos que envolvem a negociação com influenciadores reais, principalmente com celebridades. Basicamente, a marca encomenda o ensaio e o recebe pronto.

Para o público, pouca coisa muda, já que o influenciador artificial mantém idealizações e padrões inalcançáveis como a maioria dos perfis de famosos reais. Nada novo! Ainda assim, casos como o de Shudu levantam outros tipos de questões, como o espaço ocupado por uma modelo negra virtual, criada por um homem branco, quando tantas modelos negras reais não conseguem a mesma visibilidade.

A aposta, no entanto, é que o número de influenciadores artificiais seja cada vez maior, assim como o número de campanhas nas quais eles aparecem. Afinal, grande parte do engajamento nos perfis destas duas influenciadoras artificiais é gerado justamente pela curiosidade do público em ver mais sobre os “não humanos”, principalmente pela saturação que existe atualmente.

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